terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Avatar, Deuses de Chifres, consortes de Deusas e suas montarias


Jake Sully, o Toruk Makto de Avatar a mais nova encarnação ficcional do Deus de Chifres?

De tempos em tempos o arquétipo parece ressurgir sob várias formas e disfarces. Desde Mightor, o desenho da Hanna Barbera ,Oromë e Tilion no Legendarium da Terra Media, passando pela Lenda de Ridley Scott e Sláine de Pat Mills até chegar a Kamui e Fuma do X , ao Hellboy ,o Deus da Floresta de Mononoke Hime e o rei élfico de Hellboy II ( o filme) com seu filho parricida Nuada, a imagem é recorrente e parece ter achado sua nova forma ( ou ousaria eu dizer?) avatar no filme de James Cameron.

O mais antigo protótipo conhecido dele aparecendo numa versão com montaria deve ser esse daí:

Confiram imagem em alto relevo mesopotâmico contendo imagens do Deus de Chifres, no caso, Dumuzi e sua montaria dragão


Um tema recorrente que aparece em várias formas e disfarces na mitologia e na ficção-científica. O Deus de Chifres consorte de uma Deusa que é ao mesmo tempo, filho e marido dela, que morre e ressuscita periodicamente por seu intermédio, sua "graça" (Grace Augustine anyone?) , e simboliza a regeneração sazonal da natureza depois da noite invernal.



Rei Balor, o "Galhudo", deus de Chifres elfico de Hellboy II e o Exercito Dourado


Sláine, Horned God.









o Deus da Floresta em Mononoke Hime









Hummmm, Deus de Chifres e seu dragão azul né?



E só porque é cool demais pra deixar passar em branco, já que sessão nostalgia e insights de comparações retroativas agora baixou de vez...




E , não, eu também não me esqueci de vocês dois Zok e Zandor



Aliás , um dos desenhos dos Herculóides ( que incidentalmente tb moravam em uma árvore, um gigantesco cogumelo, tinha um nome bem interessante: o Retorno de Torrak ( Toruk/Torrak?)





Não podemos nos esquecer também de Blackstar, outro intrépido terrestre, um astronauta a la Flash Gordon que acabou em um mundo de fantasia e montando um dragão alado, Warlock, enquanto peitava um tirano, o Lorde Supremo, the Evil Overlord.



Esse era outro que além de gostar de montarias draconianas aladas também vivia com os trobbits ( hobbits arbóreos , (tree + hobbits) sacaram a piadinha?) em uma árvore gigante supercolorida, a Sagar, conectada com um poder mágico que os trobbits podiam acessar quando precisavam.





Será que Avatar também pode ter sido cooptado pela atual onda de Renascimento Céltico que está tomando conta de tudo que é tipo de mídia? Parece bem provável. O Deus de Chifres comandando a Caçada Selvagem encabeçando um exército de "banshees" contra o incautos seres humanos violadores da Mãe-Natureza?






Shishigami,o Espírito da Floresta de Mononoke Hime

Aí embaixo está a representação da versão má, louca , do Deus de Chifres no Mononoke Hime do Miyazaki. Reparem na coloração azul da pele e os veios de luz fosforecente, lembrando formas de vida abissal, que foram muito estudadas por Cameron recentemente e que influenciaram a pigmentação bioluminescente dos Na'vi de Avatar.
Comparar com o desenho da nuvem Sauron que Tolkien fez, onde ele pintou o seu Deus de Chifres corrompido no meio de uma convulsão cataclísmica reminiscente de descrição profética do livro de Jó.





E aí Sauron pintado como uma versão negra do Deus de Chifres. Cumpre lembrar que Sauron é uma forma tardia do original em quenya Thauron, suspeitamente similar a Tauron, nome de Oromë. Isso faz pensar que Tolkien podia mesmo associar Sauron a uma figuração corrompida do Deus de Chifres, como muitos dados da sua história de fato indicam, como a "ferida que não cura" ( dedo decepado), suas diversas "mortes e ressurreições" sendo que uma delas ocorre dentro de uma floresta, acompanhado de um processo de corrupção da mesma.





Versão original de Neytiri.

Talvez não por acaso tenham colocado características de peixes abissais nessa pintura recente de Sauron como Senhor das Trevas





E olhem só esse último paralelo aqui



Cenarius , o filho da deusa Elune de Warcraft, o Senhor da Floresta



Jake Sully e as sementes da Árvore das Almas



A capa de Call me Joe, romance de Poul Anderson que parece ter sido a fonte mais provável para o conceito do avatar no filme de Cameron. A forma do "avatar" no livro era de um centauro assim como a forma física do Deus de Cfhifes de Warcraft. Interessante como as coisas se encaixam e como uma influência parece se sobrepõr à outra.



Vale aqui aludir ao fato de que Tolkien chamou Oromë, seu Deus de Chifres, de Tavros, "touro"em grego, mas significando Senhor da Floresta ou Florestador em élfico e que ele era o "espirito azul" que habitava as florestas. Nem um pouco parecido com Jake Sully e Cenarius não é mesmo? Agora vou ter que checar de onde vem essa noção de que Cernunnos era "azul".Tavros é também reminiscente da divindade gaulesa Tarvos Trigaranus, também conectada ao Deus de Chifres e ao deus criador Esus.

defined as the 'chief wood-fay, the Blue Spirit of the Woods'



A cor símbolo do Touro é o Azul ligado ao seu planeta regente Vênus.

Vale a pena comparar essa representação do touro celta acima com a de Malorn,o pai de Cenarius em Warcraft



Tavros será um personagem minoutauro no terceiro filme da série Narnia: A Jornada do Navio da Alvorada.

Então, parece ser mesmo o caso de que a cor azul de Jake Sully e de Oromë não é uma coincidência, ainda mais quando consideramos que a Deusa Neith do Egito, inspiração para o nome Neytiri, era, em algumas versões, a deusa vaca progenitora do Sol, Atum Re. Interessante ressaltar que antigos estudiosos do seculo XIX conectavama deusa Neith e sua etimologia com a da palavra Nevyy ou Nevydd, gaélica e galesa, que é similar a Na'vi, significando "sagrado" mas também tendo uma estranha similaridade com "nave".

domingo, 14 de fevereiro de 2010

C.S. Lewis e seus comentários sobre a influência mútua com Tolkien.


Com certeza esse comentário já veio da época em que a amizade entre os dois tinha esfriado.

Influência teria se restringido a encorajamento moral e "fontes comuns?"

To a correspondent who thought he saw great similarities between the creative writings of Lewis and Tolkien and wondered about mutual influences, Lewis wrote, "I don't think Tolkien influenced me, and I am certain I didn't influence him. That is, I didn't influence what he wrote. My continued encouragement, carried to the point of nagging, influenced him very much to write at all with that gravity and at that length. In other words, I acted as a midwife, not as a father. The similarities between his work and mine are due, I think (a) To nature—temperament, (b) To common sources. We are both soaked in Norse mythology, Geo.MacDonald's fairytales, Homer, Beowulf, and medieval romance. Also, of course, we are both Christians (he, as R.C.)."56


I don't think so!

E o próprio Clyde Kilby que citou a ainda não publicada carta também falou a mesma coisa. E o Tolkien disse várias vezes que achava que Lewis tinha sido influenciado por ele.

Although Tolkien spoke to me warmly of his long and happy association with Lewis, he also sometimes found fault with him. He mentioned that Lewis "borrowed" from him. I pointed out that Lewis had acknowledged the borrowing of the word "Númenor," but Tolkien insisted there were unacknowledged "echoes" in Lewis. In a letter toJared C. Lobdell, Tolkien mentioned eldil as one example,also Tinidril as a composite of his Idril and Tinúviel.



It is inevitable that any three writers in close friendship who have read their works to each other, and read them open to criticism and suggestions for improvement,should have an influence on each other. What that influence amounted to is quite another matter. Lewis several times warned that the more specific the claim the more likely it was to be wrong. Our intention here has been simplyto identify the nature of the friendship.


Ai embaixo esta o comentario de Lewis sobre quais eram suas mitologias preferidas

sábado, 13 de fevereiro de 2010

O "Avatar" de um vilão da Disney

É engraçado as coisas que a gente pode encontrar fuçando pela Internet. O coronel Quaritch, o vilão do Avatar de James Cameron é, de certa forma, um "avatar", uma versão reencarnada do vilão do Atlantis da Disney, que foi dublado , James Garner, oito anos antes. James Garner na sua versão rejuvenescida e animada era bem próximo mesmo com a atual caracterização do Quaritch interpretado por Stephen Lang

Gozado que o nome do meio do personagem "Tiberius" provavelmente foi colocado como uma homenagem às avessas para James Tiberius Kirk, o Capitão Kirk de Jornada nas Estrelas.







Bom saber que um vilão tão legal e um desenho animado tão cool aparentemente não passaram despercebidos aos olhos de Cameron durante a escolha do elenco para Avatar.

Atlantis só não deu certo como poderia porque foi prejudicada de um lado pelo abandono da forma clássica dos desenhos sanitizados da Disney, o formato musical conto de fadas e, por outro, pela limitação da duração imposta pro desenho. Um tema e uma ambientação dessas precisam de espaço pra "respirar"e isso só é possível em uma fita com mais de duas horas de duração. Claro que a polêmica sobre o susposto plágio em cima de Nadia não ajudou em nada mas isso não foi nenhum fator determinante para a performance decepcionante do desenho porque, afinal, se fosse mesmo o caso de plágio impedir sucesso onde é que a performance de Rei Leão iria parar? :-P.

Uma pena porque muito do World Building de Atlantis foi desperdiçado já que projetos spin-off que deveriam ter tocado a bola adiante não foram pra frente, coisas como a série Team Atlantis que devia ser a série animada derivada do longa metragem com participação do criador de Gárgulas, Gary Weismann.



Olhem só como é o efeito Roorschach, um vê as similaridades que estou apontando entre Atlantis e Avatar e as comparações parecem fundamentadas


Post #1
Juan wroteon December 20, 2009 at 7:36pm
Hey, Avatar fans... Did you notice that there are a lot of similarities between "Avatar" and Disney's "Atlantis: The lost empire"?
If you remember another one, just write it... I'm gonna write the ones that I found:
- The humans are in an unknown place (Pandora- Atlantis)
- The humans want to take advantage of the new discovery
- The protagonist becomes part of the native tribe (Avatar: Jake/ Atlantis: Milo)
- The native woman who fell in love with the protagonist (Avatar: Neytiri/ Atlantis:Kida)
- This woman is also an important member of the tribe, clan, etc.
- The latin woman who is in the side of the main character (Avatar: chopper pilot Trudy Chacón/ Atlantis: mechanic Audrey Ramírez)
- The use of a sort of plug to use "vehicles" (Avatar: Na'vi use a sort of gland from their hair/ Atlantis: Atlantians use a necklace crystal)
- The main character stays with the natives in the end
- The humans try to destroy the new world in both movies by bombing
- The main antagonist is a strong, 40-50 years old man.( Avatar:Colonel Miles Quaritch/ Atlantis: Comander Lyle Tiberius Rourke)

The next ones are yours... please continue with the list, I hope you'll find more...
Greetings from Colombia!!!


Outro já vê similaridades com Pocahontas e ambos estarão corretos.



E outro vê com Duna

Mas todos, também, estão parcialmente errados.

E por quê?

Porque comparações assim só mostram que o padrão dessas histórias é mesmo arquetípico, já virou clichê, uma forma de bolo há muito tempo.

Cameron nunca negou as influências de Pocahontas, Dança com Lobos e Fernygully mas os débitos de todas essas fontes com as outras que Cameron já creditou também não são mencionadas ou conhecidas pelo "povão". Rider Haggard, Rudyard Kipling e Edgar Rice Burroughs junto com James Fenimore Cooper foram os criadores dos modelos "emulados" pelos 3 filmes mencionados. Então, ladrão que rouba ladrão...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Walter de La Mare- The Three Mulla Mulgars e Tolkien



Esse é o artigo de Vera Chapman publicado em Mythlore 28, desenvolvendo ( sem citar a fonte )a premissa de Lin Carter no seu livro sobre o Senhor dos Anéis: a possibilidade de que Tolkien leu o livro vastamente subcriativo de seu contemporâneo de La Mare e que ele possa ter sido parte inspiradora do Hobbit e de sua conexão com a mitologia do Silmarillion.

Impossivel não ver alguma similaridade nas sequências em que Frodo e Sam invocam o poder de Elbereth Gilthoniel via frasco de Galadriel com a interação entre os Mulla-Mulgars e a sua deusa, Tishnar, ajudando-os contra Immanala, seu próprio lado negro através da Pedra Maravilhosa (Wonder stone).






O livro e suas opções de download-Edição Ilustrada maravilhosa de 1919


Estudo sobre o livro


Dissertaçao sobre literatura infantil-The Child and the Serpent Star and Stone all one

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Nausicaa and Dune: The intertwined worlds of Frank Herbert and Hayao Miyazaki




Subject: 3.) NAUSICAA & DUNE (JAPANESE ANIMATION NEWS & REVIEW, 7/91)

The following article is reprinted from JAPANESE ANIMATION NEWS & REVIEW
(The Official Newsletter of Hokubei Anime-kai [North American Anime
Circle]) Vol. 1, #4 (July 1991), pages 4, 5 & the bottom 2/5 of page 10.



By David Moisan

Many readers of this fanzine have read Hayao Miyazaki's "Nausicaa of
the Valley of the Wind." As Miyazaki relates in Part 1 (Book 3, "On
Nausicaa," p. 48), Nausicaa was inspired by a 5th-century Japanese
princess who loved insects, and the girl of the same name that rescued
Odysseus in Homer's "Odyssey."

Many of you may also know Frank Herbert's "Dune," one of the great
masterpieces of science fiction. Ever since I saw the film version of
"Nausicaa," I have always wondered if Miyazaki took his inspiration from
Herbert's novel.

One wonders: how can a story about a desert planet, a galactic
empire and an emerging messiah be like a story about a toxic forest, the
remnants of humanity and a girl trying to understand her world and save
her kingdom? After reading both books, I've concluded that "Dune" was
indeed the catalyst for Miyazaki's work. (Note: I'm referring to the
graphic novel version of the story.)

Consider first the ecologies of the two stories. What impressed me
most about the stories is the sheer intensity of the portrayal of their
respective ecologies. Herbert's Arrakis is a desert planet almost devoid
of water; its inhabitants, the Fremen, wear stillsuits that recycle their
bodies' moisture. Water is life; water is wealth. The quest to conserve
water has driven the Fremen to become the greatest practicing ecologists
in the Imperium.

Compare this with Nausicaa's world: 1000 years after an apocalyptic
war (the Seven Days of Fire), Earth is buried under a great toxic forest
whose atmospheric exhalations are poisonous. An entire ecosystem has
evolved--giant insects roam the forest. The few humans which have
survived wear masks against the poisonous atmosphere and guard their soil
and water against poisonous spores. In the depths of the forest, a
tribe--the Forest People--has learned how to live with the forest and the
insects.

Arrakis has its "makers," huge sandworms that move through the
desert, devouring all in their path, including humans. Makers are part
of a complex ecological cycle that produces melange, that unique spice
that prolongs life and brings prescient visions and makes Arrakis the
richest planet in the empire.

Earth's toxic forests are home to the Ohmu, giant (100'+) 12-eyed,
sentient insects that also play an active role in their ecosystem; every
300 years, in the "Daikaisho" ("Great Wave of the Sea"), enraged Ohmu and
other forest insects thunder through human settlements in great herds.
The Ohmu then die from exhaustion, toxic plants sprout from their
corpses, and the forest expands its boundaries.

Furthermore, the forest is also changing. Gradually, the trees of
the jungle are absorbing the toxins in the soil and disintegrating,
leaving a desert with clean air. Both Yupa and Nausicaa have discovered
this, and both wonder about the implications.

Let's now turn to the people of "Nausicaa": in Miyazaki's Earth,
three groups predominate: the Dorok Principalities, the Torumekian Empire
and the Periphery, the small kingdoms (including Nausicaa's own, the
Valley of Wind) that were once part of Eftal. As mentioned earlier, the
Forest People live in the depths of the toxic jungle. The Torumekians
are at war against the Doroks, for reasons unexplained, and the Doroks
are waging an especially brutal counterattack. The Periphery tribes,
officially affiliated with Torumekia, are caught in the middle.

The Dorok Principalities have a ruling priesthood that is not unlike
the Bene Gesserit, adepts who could detect falsehood and control others
by the sound of their voice. Most tribal priests are telepathic, and
have other similar talents.

But the real power of the Doroks lies in their research on genetic
engineering, which plays a large role in Miyazaki's story. Remember the
Bene Tlielax from "Dune"--they were mercenary, amoral scientists who
didn't concern themselves with the consequences of their work as long as
they profited from it; they specialized in the creation of synthetic life
(like "twisted" Mentats, killer Suk Doctors and so on).

The Dorok scientists are just like that. There's a crucial scene in
Part 2 (Book 2, p. 41) where Charuka, the warrior-priest charged with
finding Nausicaa, is talking to one of them about a newly-developed spore
that is more poisonous than anything in the toxic forest, and gets a
reply that suggests that the scientists were not thinking of its possible
effects.

Indeed, this is borne out when one of the spores escapes from a
Dorok air-monitor and grows to an enormous size on the surface--putting
the entire Earth at risk!

Taking the place of the Imperium is the Torumekian Empire.
Actually, the Torumekian royal family has many of the attributes of House
Harkonnen: they are brutal fratricidists who've no compunctions about
turning family members against one another for personal gain. It helps
that the Vai Emperor, and the Three Princes all resemble the Baron in
physique! (Baron Karkonnen was that "floating fat man" who needed
suspensors to support his great weight.)

On the other hand, Princess Kushana, fourth daughter of the Emperor,
is quite different from her brothers. She is a brilliant tactician who
trained her army, the 3rd, into the finest of Torumekia in much the same
way that Duncan Idaho and Gurney Halleck trained the Duke's army.
Despite having been betrayed by her father and her brothers by having her
army stripped from her, she still maintains a great sense of honor and
integrity that Duke Leto might have understood--like his, her army's
loyalty to her is legendary.

There are further parallels--like the Fremen and the Forest People.
On Arrakis, the Fremen dream of making the planet green. Pardot Keynes,
the Imperial Planetologist, taught the Fremen about their planet's
ecology, and set into motion a plan that would make Arrakis green within
500 years. The Fremen are secretive about their plans--they bribe the
Spacing Guild to keep weather satellites from the skies. The Fremen are
underestimated and underrecognized by both House Harkonnen and the
Emperor, to their peril.

The Forest People have a similar history. During the last
Daikaisho, 300 years before the events in the story, they were subjects
of the Kingdom of Eftal, destroyed in a brutal civil war that sparked the
Daikaisho. They were led into the forest by the "blue-clad one," who
showed them how to survive there. One can easily imagine that the Doroks
and the Torumekians would have the same disregard for the Forest People
as House Harkonnen and the Emperor had for the Fremen.

They also seem secretive. When Yupa meets the Forest People for the
first time, he asks one of them, Selm, about the change in the forest:

"As the trees fossilize and crumble, the cavities should expand
upward from the roots of the forest. What happens when they reach the
surface? Please . . . tell us! It's been a thousand years since the
forest was formed--somewhere on this planet must be lands where it has
already happened." (Part 2, Book 2, p. 48)

Selm rebuffs him: "It is forbidden to speak of these things."

We now come to the real pivot of both stories: Nausicaa and Paul
Muad'Dib. Throughout Herbert's story, Paul Atreides struggled to learn
his true purpose, and we see him evolve from a naive son of a duke, dimly
aware of life's realities, into the Kwisatz Haderach, the man who can see
all realities, past, present and future. Paul glimpses his "terrible
purpose"--a jihad, and tries in vain to stop it. Paul, like his father,
has tremendous personal magnetism which he uses to unite the Fremen and
overthrow the Emperor.

Nausicaa apparently follows a similar path. Like Paul, she has an
uncanny ability to lead and direct; but, like Keynes, she is also one
with her environment, able to communicate with the Ohmu and the other
insects. Nausicaa has a talent much like the Voice, the Bene Gesserit
means of command.



Gradually, Nausicaa realizes that she has a purpose, though she
doesn't yet know what it is. At first, when the Torumekians order her to
war as the representative of the Valley, she's afraid, both of the war,
and of what she might herself do in anger--she killed a Torumekian
soldier with Kushana's search party at the beginning of the story. After
her encounter with the baby Ohmu in Part 1, Book 5, she becomes
determined to find her purpose.

There's something else: Herbert developed the concept of racial
memory; the Fremen are able, under controlled circumstances, to directly
experience the memories of their ancestors, aided by the Water of Life,
the exhalations of a drowned Maker. Paul uses the Water of Life to make
his final transformation into the Kwisatz Haderach.

As we've seen in "Nausicaa," the Ohmu are sentient and telepathic.
When Nausicaa is unconscious under the forest, an Ohmu speaks to her:
"Little One, our race has known of your coming since years gone by . . .
Our hearts speak across time and space . . ." (Part 1, Book 3, p. 22)
So, the Ohmu are telepathic and possibly prescient! Midway through the
story, the Dorok priest of the Mani tribe has a vision of the "Blue-Clad
One"--Nausicaa!! When the Forest People mention the "Blue-Clad One,"
Yupa wonders:

"Is the Blue-Clad One just the hope passed down by the aboriginal
Dorok religions based on an historical person? Or are they real people,
created by the very lifeforce of our species, *reaching across space and
time* in our moment of need . . . ?" (Part 2, Book 2, p. 50, emphasis
added)




It would seem that Miyazaki is headed for a conjunction of events
that is every bit as portentous as the final chapters in "Dune."
Whatever happens, like the Daikaisho, there'll be a wave like the one
that made Paul Muad'Dib Atreides into the Emperor of the galaxy. Of
course, there's much in "Dune" that is unlike "Nausicaa"--CHOAM, the
Great Houses, and the Spacing Guild are among many things that don't
appear in the story. Paul Atreides was brought up in a militaristic
feudal society; Nausicaa, in a peaceful agrarian society (the Valley of
Wind). Both are products of their respective societies. It's unlikely
that Paul and Nausicaa even have the same philosophy; Nausicaa probably
wouldn't want to be Emperor any more than Paul would want to study the
trees and the forest.

However, Miyazaki, like Herbert, understands the most important
principle behind ecology: the study of consequences. And he is, in his
own way, exploring the messianic impulse as Herbert did. Ecological
messianism is the "real" parallel between "Nausicaa" and "Dune." It's a
great example of literary cross-pollination--what a shame that Herbert
and Miyazaki will never meet! (Frank Herbert died of cancer in 1987.)

END

If you enjoyed the article above and are interested in joining
Hobukei Anime-kei, below are the particulars for facilitating just this
very thing (requests for additional information should include an SASE):

Bill Ames $$14 per year in USA, A.P.O.s & F.P.O.s;
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(203) 426-3910 account, or by postal money order.

-- Steven Feldman , 3/29/94

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Avatar de Cameron e Tolkien-Qual é a relação?










Influência direta? As aparências podem enganar... "I see you" Cameron ;-)

Dias atrás postaram isso em dois fóruns da Internet

The_Pussylover :Não sei se aqui é o lugar certo para eu postar, mas qualquer coisa por favor me avisem que eu posto em outro lugar ok.


Galera foi só eu que percebi no filme Avatar, que tem muitas influências do Tolkien ? ( Principalmente O Silmarillion )
Quando assisti, ontem, fui assimilando muitas coisas
Na'Vi (ou Omanticaya) = Elfos - São Povos da Floresta, de grande sabedoria e em total harmonia com a natureza, são muito agéis e fortes. ( o que faltaria seria imortalidade )

Tem uma parte que a Neytiri fala das 5 canções, algo relacionado com Deus - No Silmarillion tudo começa com uma canção.

Há uma semelhança com o Palácio de Galadriel com a Grande Árvore do filme Avatar.

Essa somente quem leu vai saber

Beren e Lúthien = Jake Sully com Neytiri
Uma história muito assemelhada, Lúthien filha de um Rei ( Thingol ) fica junto com um Homem ( Beren ) unindo duas raças, o que acontece em Avatar também.
Não vou me aprofundar nisso pois senão fica mais complicado hehehe.

O Que acham ?



Eu até entendo como é que tal raciocínio pode ser feito mas, estando eu na posição de quem, já muitas vezes, foi criticado por enxergar referências tolkienianas onde as pessoas não as viam, estando em várias vezes delas correto como o tempo veio a mostrar, nesse caso, em particular, vou sair em defesa de Cameron com toda a veemência que ele merece. Isso em homenagem aos Oscars que(espero)sejam entregues para a película daqui a um mês.

Não acho, de modo algum, que Tolkien figure entre as principais fontes de Avatar mesmo que inconfessadamente. Tolkien e Cameron têm, sim, diversas fontes comuns no caldo que deu origem a ambas as obras.Como não podia deixar de ser dada a natureza e amplidão de seus "world buildings" monumentais.

Olhe só como o próprio Cameron está bem consciente do seu material fonte: as comparações abaixo detalhadas vão mostrar a veracidade dos comentários do Cameron.

Essa excelente página sumariza os
débitos de Avatar com Edgar Rice Burroughs.


E para quem quiser conferir os débitos de Tolkien pelo mesmo Edgar Rice Burroughs pode conferir aí nesse post . Não é pouca coisa e quanto mais leio e conheço mais visivel a influência se torna.


It’s fine for a guy to be attracted to women, but I need the male audience to respond to this guy and say , “Yeah, I see why people would follow him.” So ultimately he becomes this messianic leader who leads them into battle… in the old school Edgar Rice Burroughs, Rudyard Kipling, H. Rider Haggard way. Where a guy kinda wanders into a situation in another culture, then rises through the ranks – or whatever – a Lawrence of Arabia kinda of story.

Where did the actual story of it come from? It’s a very sort of old school, frontier sort of story; it’s almost Dances With Wolves.
Yeah, that's good, I like that. There's a lot of very recognisable archetypes in the story: the stories of which Dances With Wolves is one, the story of the American frontier and the conflict between technical, Western civilisation and the very close to nature indigenous populations, the native Americans, and that didn't go too well for them, you know. And of course that story is replicated throughout history in South America, Africa, India. It has all these various ways in which it plays out but it generally doesn’t bode too well for the indigenous population.


You can't have your characters running around through the rainforest with a machine gun these days, it's just not PC.

I think it’s got its roots in good old-fashioned, adolescent adventure storytelling. The sort of, Rudyard Kipling Man Who Would Be King, Lawrence of Arabia, John Carter of Mars . Anytime that you have somebody who's a representative of another culture, especially a mechanised or military culture, dropped into a completely different culture in an exotic land, and they have to find their place and themselves in the process. It's all pretty familiar stuff. I think from a science fiction standpoint it's got its roots in really classic science fiction of the 40's and 50's, not the kind of necessarily dystopian science fiction of the 60's and 70's. But that's OK, that was by design. You can't have your characters running around through the rainforest with a machine gun these days, it's just not PC. But you can do it on another planet. You can get away with things on Pandora that we couldn’t get away with here.



Não deixa de ser um fato a noção de que ele foi inspirado pela Trilogia de Peter Jackson no que tange ao uso de tecnologia. Ele já estava aguardando o desenvolvimento da computação gráfica usada para o Gollum já fazia mais de dez anos e sabia que tal técnica incrementada seria a chave para tornar Avatar uma realidade

When I see a movie that excites me visually, the feeling is extraordinary. I went to see `Lord of the Rings’ for entertainment, but you begin to think, is this something I can incorporate? That’s how this works and it goes in cycles. Peter Jackson inspired me with consummate filmmaking and the specificity of the CG that made me feel a doorway opening that enabled me to make `Avatar.



Também é verdadeiro que ele tinha noção de que um exercício de elaboração subcriativa na proporção de Avatar é algo que invoca imediatamente a idéia de Tolkien e seus análogos como criadores de mundos;



. Mr. CAMERON: Yeah.

BLOCK: Now, was this...

Mr. CAMERON: That's how geeky this is, you know.
BLOCK: Yeah. Well, is that you as a geek? Were you coming up with those names?
Mr. CAMERON: Sometimes. I basically surrounded myself by geeks who fed off the same kind of sense of fun of creating a world and some - you know, with a certain level of reality in the way that a novelist like J.R.R. Tolkien would create the world, create the language of the world like Elvish, and I'd always wanted to do that. And it was fun. So, you know, we had an ethnomusicologist and a botanist and an astrophysicist and everybody all sitting around a table for - and it was like a three- or four-day session to come up with all of the Latin names.



Esse reconhecimento, entretanto, não faz com que Tolkien tenha sido especificamente uma fonte usada para esse filme. É mais o caso dele ser um exemplo a ser emulado em termos de desempenho e metodologia e não de se estar seguindo seus passos com fins parecidos para as mesmas destinações.

Então a maioria absoluta dos paralelos entre as obras se deve ao fato delas serem homólogas, terem sido calcadas em cima de fontes iguais: Rider Haggard, Mitologia Celta, Edgar Rice Burroughs, Flash Gordon, James Fenimore Cooper etc.

O fato dessa verdade não ser percebida de cara é um caso clássico de aplicação do que Joe Michael Straczynski ( autor de Babylon 5 , das histórias do Thor da Marvel atuais e do roteiro do filme A Troca) chamou de a predominância do padrão mítico mais familiar como parâmetro de comparação, gerandoo efeito "teste de Rorschach" ou a tão mencionada "aplicabilidade" defendida por Tolkien .

Anyway, it's what I've always said about this show...you see the paradigm with which you are most familiar.Sometimes that's great,and sometimes it's a curse.



É natural que a gente faça comparações com aquilo que mais se aproxima da nossa vivência cultural, de 10 anos para cá o Senhor dos Anéis tem sido o termo de comparação para muito mais gente, principalmente em nações onde esse tipo de literatura não era muito divulgada antes, mas isso não quer dizer que Tolkien inventou a roda, coisa que os fãs mais novinhos tendem a pensar em situações assim.

Vamos por partes:

Na'vi ou Omaticaya e os Elfos: a caracterização dos Na'vi deriva, de fato, da cultura indígena americana ( e vários dos elementos nos elfos arborícolas de Tolkien tb) pelo menos nos seus aspectos mais ostensivos, dados os empréstimos de Dança com Lobos e Pocahontas. Mas também é influenciada pelos mesmos tipos de mitos celtas ( e respectivas fontes históricas) que serviram de molde para Tolkien , inclusive os pictos ingleses com o uso extensivo do arco e flecha, a cultura xamanística e pinturas corporais ( vistos no filme do Arthur do Fuqua por exemplo e também nas histórias de Robert E. Howard de Bran Mak Morn, Conan e Kull) e, principalmente, detalhe muito importante ausente dos indios americanos e das adaptações literárias dos pictos: uma religião panteística matriarcal.

Esse último elemento deriva das pesquisas sobre antiga religião pré-indo-européia feitas por Robert Graves (A Deusa Branca 1948), cujas análises influenciaram a geração de Tolkien, já refletindo possíveis especulações de James Frazer. Mais recentemente, a arqueóloga Maria Gimbutas reforçou as conclusões de Graves e foi tremendamente influente na constituição do Neopaganismo de nossos dias e, portanto,na leitura esotérica ou pagã que se pode fazer da obra de Tolkien.



Cadeia evolucionaria, Jake Sully como o Toruk Makto



Flash Gordon, o rebelde espacial "quase" original

Legolas, o "caçador de Olifantes" da versao cinematografica do SdA





Flash Gordon no comando de outro exercito alado no filme dos anos oitenta.


Mas seres "aborígenes" costumam ser representados dessa forma clássica, principalmente por influência de James Fenimore Cooper, autor do Último dos Moicanos (1826), que foi de onde vieram diversos dos clichês que Tolkien adotou para os elfos "florestais". O uso do esquema de se vendar os indivíduos suspeitos para não se conhecer o caminho pela floresta ( artifício tb presente na caracterização do Robin Hood e seu bando da floresta nos livros de Walter Scott Ivanhoé de 1814, ele mesmo influência para Cooper) e, talvez, e provavelmente para Tolkien é um dos claros empréstimos de Tolkien. . A viagem de canoa para fora de Lothlórien também tem paralelos no livro.

Uma excelente pesquisa sobre as origens do modelo heróico, inclusive com as contribuições de Fenimore Cooper

Cooper's work has greatly influenced J.R.R. Tolkien, whose Elves have many elements of Cooper's portraits of noble Native Americans, while some passages -- like the journey down the river Anduin in The Two Towers -- read like passages from The Last of the Mohicans.

Esse comentário provavelmente reflete T.A.Shippey in The Road to Middle-Earth, página 299

In the same way Fenimore Cooper's hero Natty Bumppo prides himself on being 'a man whose blood is without a cross'; and Tolkien recorded an early devotion to Red Indians, bows and arrows and forests ('OF-S' in TL, p. 39). The journey of the Fellowship from Lorien to Tol Brandir, with its canoes and portages, often recalls The Last of the Mohicans, and as the travellers move from forest to prairie, like the American pioneers, Aragorn and Eomer for a moment preserve faint traces of 'the Deerslayer' and the Sioux, see p. 115 above. The complaint in one of the sillier reviews of The Lord of the Rings, that none of its characters (except Gimli) had 'an even faintly American temperament', is as imperceptive as irrelevant.

The 'American temperament' has roots in many places, but England isnot the least among them: caelum поп animam mutant qui trans marecurrunt.


Tolkien no ensaio dos Contos de Fadas

Eu tinha muito pouco desejo de procurar tesouro enterrado ou combater piratas,e A Ilha do Tesouro me deixou frio. Índios eram melhores: havia arcos e flechas (eu tinha e tenho um desejo completamente insatisfeito de atirar bem com um arco), e línguas estranhas, e vislumbres de um modo arcaico de vida, e, acima de tudo, florestas em tais estórias. Mas a terra de Merlin e Arthur era melhor que essas, e o melhor de todos era o Norte sem-nome de Sigurd dos Völsungs, e do príncipe de todos os dragões.




Na verdade, a ordem de influência aí é bem essa mesmo: pictos célticos e povo das fadas ( sidhe (shee na pronúncia), reparem que as montarias dos Omaticaya receberam o apelido terrestre de Banshees), base para os Drúadan de Tolkien também, Robin Hood e seu bando de Walter Scott (1814), a caracterização dos indios nos livros de Cooper (1826) ( em parte influenciadas por modelos scottianos e seus clichês e artifícios de
enredo), os povos "aborígenes" africanos dos livros de "lost worlds" do Rider Haggard ( iniciados com as Minas do Rei Salomão de 1885) e os alienígenas de Edgar Rice Burroughs ( começando a partir de 1912).

É só depois disso que Tolkien passa, cronologicamente, a ser uma influência vindo inclusive, depois dos Tree Men do Alex Raymond em Flash Gordon. eles eram os habitantes de Arboria ,o reino florestal explicado logo adiante.




Tree Men de Arboria



Robin Hood ou Robin of the Wood

Vemos que, com o Avatar, de certa forma, fechamos um círculo, porque, por motivos que vou detalhar mais tarde, os Na'vi parecem grandemente influenciados pelo povo das fadas élfico celta, os Tuatha de danaan e seus antecessores e sucessores míticos como os sidhe que são, de fato, inspirações para os elfos , para Goldberry e Tom Bombadil e para os Druédain de Tolkien e que foram identificados várias vezes com os pictos

As Primeiras canções: evoca sim o senso de "profundidade", de que há sagas e histórias anteriores a respeito das quais o telespectador nada sabe e cujos padrões se repetem ciclicamente em histórias que nunca acabam.Mas embora Tolkien tenha tradicionalizado o uso desse recurso como parte do efeito literário isso não é , de modo algum criação dele.

Pelo contexto no filme a história do tataravo da Neytiri como prévio Toruk Makto lembra, por exemplo, a história contada por Aragorn recordando Beren e Lúthien , sendo Beren um antecessor dele próprio. No contexto do filme as primeiras cançoes não parecem se referir a um tipo de mito cosmogônico mas antes a épicos "fundacionais" , mais para o livro do Éxodo e a parte tribal do Genesis, mas lembrando bastante, como comentaram por aí, a história familiar dos ancestrais de Nausicaa do Hayao Miyazaki e sua perícia como Andarilha do Vento(Windrider.)

Casa na Árvore:O talan gigantesco em Caras Galadhon de Galadriel e Celeborn não é invenção "original" de Tolkien mas veio de algo inspirado nas mesmas fontes de James Cameron: o reino de Arboria em Flash Gordon nas tiras da saga os Homens Feras de Mongo ( 1937) que, por sua vez, também foi inspirado nos livros de Edgar Rice Burroughs , onde no livro Piratas de Vênus, de 1934 tem ( se preparem ) "cidades de seres imortais florescendo em árvores gigantes alcançando milhares de pés em direção ao céu ". Piratas de Venus faz parte da saga de Carson Napier, um terrestre que viaja para Amtor (Venus) se casa com a filha do rei da ilha florestada de Vepaja,Duare .



Arboria (1936)


Detalhe, o reino é governado pelo príncipe Barin (nome bem tolkieniano, hein?) cujo visual é inspirado na caracterização de Robin Hood de Douglas Fairbanks e um ano anterior à versão clássica de Errol Flyn, por sua vez calcadas na representação do personagem dada no Ivanhoé do Walter Scott (foi modelo pro Faramir de Tolkien tb, com o bando dos rangers em Ithílien lembrando o bando de companheiros de "Locksley"









Caras Galadhon (1954)



World Tree de World of Warcraft III,2002


HomeTree Avatar (2010)

Beren e Lúthien: mulher nativa apaixonando-se pelo estrangeiro "terrestre" é um dos maiores clichês das histórias de fantasia e ficção e começou bem antes de Tolkien ter sido publicado ( embora não tão antes dele ter começado a escrever os contos da Terra-Média. E, óbvio não parou com eles,vide Pocanhontas, Dança com Lobos e Fernygully, algumas das ( admitidas) principais referências modernas de Avatar e outras obras com as mesmas fontes como Atlantis da Disney ou Stargate o longa dos irmãos Emmerich)

A principal influência do Cameron nesse aspecto foi, confessadamente, o romance A Princesa de Marte de Edgar Rice Burroughs (1912), onde John Carter por "projeção astral", portanto gerando um "avatar", renascendo em outro mundo , Marte, Barsoom, acaba conhecendo a princesa nativa, Dejah Thoris e casando com ela .Foi a inspiração principal para Flash além de Buck Rogers ( que tb copiava John Carter).

O próprio Edgar Rice Burroughs foi inspirado pelo Ela de Rider Haggard (1887),livro admirado por Tolkien , que trazia a versão original da "nativa", no caso rainha de reino nas Cavernas ( Menegroth e Melian like), imortal de longos cabelos negros, superpoderosa, apaixonada num mortal. Também possuia um espelho d'água mágico como Galadriel. Não é à toa que a protótipo de Neytiri, Dejah Thoris de John Carter foi sucedida nos livros de Tarzan por La de Opar (o nome sendo a forma francesa de "She")




Ayesha, a mãe das mil e uma Neytiris


Essa personagem, Ayesha ( segundo Haggard pronuncia-se Asha, mas, segundo os árabes é Aisha, nome da esposa favorita do profeta Maomé e da mãe de Boabdil , ultimo rei mouro de Granada, ambas verdadeiras feras em forma de mulher), foi o template para aspectos de todas elas: Neytiri, Princesa Aura e Rainha Azura de Flash Gordon , Fênix, Ororo, Paragona e Selene nos comics da Marvel Comics, Dejah Thoris, Lúthien, Melian, Galadriel e Akasha a rainha dos condenados, vampira imortal de Anne Rice, evocando tanto Ayesha quanto Akivasha do Robert E.Howard.




Dejah Thoris

Galadriel in aParallel Universe




Leia Organa de Star Wars, descrita como sendo um combo de Dejah Thoris e Galadriel em uma das versões do roteiro de New Hope.





Luthien Tinuviel tendo um mau pressentimento





Circe da DC Comics,o maior análogo da parte má de Ayesha no Universo da editora




Karnilla e seu amado Balder da Marvel, outra análoga rainha feiticeira de reino cavernoso

Versão cute mangática da ilustração anterior: reparem na inversão de papéis

Já o próprio Rider Haggard usou vários templates: entre eles o anjo da verdade persa "asha", a deusa "Hela" nórdica, e , para o relacionamento mortal-imortal , Siegfried(Sigurd) e Brunhilda (abandonou a imortalidade) da mitologia nórdica e Cuchulain e a deusa Fand da mitologia céltica). Correndo por fora, nos aspectos mais nocivos da personagem, temos também a Lamia de Keats (1819) e Carmilla de Sheridan Le Fanu (1872).

Então, convenhamos, Tolkien está longe de ter sido inventor do ( hoje) clichê enredo dos apaixonados de culturas diferentes, separados por detalhes raciais como imortalidade , vampirismo ( uuupsss!!!), pais e esposos furiosos e feitiços de perda de memória.Já é algo que tem diversos antecedentes proeminentes, inclusive a Flauta Mágica, a ópera de Mozart (1791).

E vale dizer:a descrição detalhada de Melian dada por Tolkien nos Contos Perdidos, com um vestido negro, rajado com prata, praticamente faz dela uma versão da "Rainha da Noite" desta ópera tal como costuma ser representada lá.

'Slender and very dark of hair,said Veanne, 'and her skin was white and pale, but her eyes shone and seemed deep, and she was clad in filmy garments most lovely yet of black,jet-spangled and girt with silver.If ever she sang, or if she danced, dreams and slumbers passed over your head and made it heavy. Indeed she was a sprite that escaped from Lorien's gardens before even Kor was built, and she wandered in the wooded places of the world, and nightingales went with her and often sang about her. It was the song of these birds that smote the ears of Tinwelint, leader of that tribe of the Eldar that after were the Solosimpi the pipers of the shore, as he fared with his companions behind the horse of Orome from Palisor.


-Esbelta y de cabellos muy oscuros -dijo Véannë- y tenía la piel blanca y pálida, pero los ojos le brillaban y parecían ser profundos, y estaba cubierta con las más hermosas y tenues vestimentas negras con adornos color azabache y un cinturón de plata. Cuando cantaba o bailaba se apoderaban de ti los sueños y el letargo y te sentías adormecer. En realidad, era un espíritu que había huido de los jardines de Lórien aun antes de la construcción de Kôr y vagaba por los bosques del mundo acompañada de ruiseñores que solían cantar a su alrededor. Fue el canto de esos pájaros lo que asombró a Tinwelint, el jefe de esa tribu de los Eldar de la que nacieron después los Solosimpi, los flautistas de la costa, cuando se alejó de Palisor con sus compañeros, a la zaga del caballo de Orómë.






Até Shakespeare brincou com isso no seu Sonho de Uma Noite de Verão (1596) onde a Fada Titânia é enfeitiçada pelo marido e se apaixona por um mortal com a cabeça de burro. Isso para não falarmos do caso já mencionado por aqui de Selene e Endimion na mitologia grega.



Vou começar a blogar aqui uma lista de bons sites e resenhas do Avatar

Revolucionário da tradição por Fernando Veríssimo

James Cameron joga Warcraft?

A típica reação dos conservadores americanos ao filme ( delícia!!)

O que tende a incomodar os os conservadores-Comparação com Out of the Silent Planet e Perelandra

O efeito blue do Avatar e C.S.Lewis

O efeito blue. Lewis e Aldoux Huxley
O Avatar que quase foi.Comparação com o roteiro original

Grace e a Deusa uma análise do Panteísmo Cristão do Avatar

Interpretação Esotérica de Avatar ligando-o ao Simbolismo Maçônico

Interpretação do Avatar-Gaia hipótese e ciência holística.

O racismo de Avatar? O Mito do Messias "branco"


Blog do André Forastieri e sua análise do Avatar e da carreira de Cameron

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Não apenas assista Avatar, "veja-o com o que ele contém"

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A versão original do roteiro feita em 1995

Mais uma diatribe conservadora contra o Avatar e seus subtextos, tb analisa os dos demais filmes de Cameron. Brilhante!!
Análise dos temas inclusive do "estupro/comunhão com a fauna e flora

Avatar: An Anarcho-Primitivist Picture of the History of the World

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